Times históricos: o Corinthians de 2012 campeão da Copa Libertadores

Várias equipes fizeram história no futebol brasileiro, encantando e sendo eternamente lembradas na memória do torcedor, devido a riqueza do futebol brasileiro. Muitos lembram até mesmo da seleção, como por exemplo, na Copa do Mundo de 1970, além do Flamengo de Zico, Atlético Mineiro de Ronaldinho Gaúcho, Cruzeiro de Alex, São Paulo de Rogério Ceni, Palmeiras de Evair, Santos de Diego e Robinho e muitos outros times que ficaram marcados. 

Recentemente pode ser destacado o Corinthians de 2012, que conseguiu, além da América, conquistar o mundo vencendo o Chelsea no Mundial Interclubes. Aquele time de Tite começou a ser formado de fato em 2011, no momento em que num vexame pra história do clube o Corinthians foi eliminado pela primeira vez em sua história na pré-Libertadores pelo Tolima, perdendo o jogo de volta por 2X0 para seu adversário. Ali foi o último jogo de Ronaldo com a camisa do clube, e o Corinthians enfrentou um momento muito difícil. 

Decisão correta em manter Tite no comando 

Os dirigentes acreditaram na comissão técnica e decidiram mantê-la, e Tite pôde continuar seu trabalho para o Campeonato Brasileiro de 2011. Com certeza isto foi fundamental, tendo em vista que muitos clubes preferem demitir o treinador e colocar toda a culpa na pessoa que está neste cargo, mas o Corinthians teve a humildade de admitir outros erros, resistir a pressão da torcida e então lutar pelo seu objetivo. 

Apesar de todas as dificuldades, a equipe acabou sendo campeã brasileira e então se classificou para a Copa Libertadores do ano seguinte. Mal sabia dirigentes e torcedores que 2012 seria o ano mais importante da história do clube. Tite manteve a mesma base de jogadores para disputar a Libertadores da América, e a equipe tinha atletas como Ralf em ótima fase, Paulinho mostrando ao mundo o porquê de ser considerado na época um dos melhores volantes da América, Danilo em boa fase, Jorge Henrique e Émerson Sheik no ataque. Além disso, o time contava com dois bons defensores, que eram na época Chicão e Leandro Castán, e laterais regulares que faziam sempre bons jogos: Fábio Santos pela esquerda e o capitão Alessandro na lateral-direita. 

Desempenho em 2012 

O Corinthians daquele ano foi eliminado pela Ponte Preta no Campeonato Paulista, e Tite resolveu mudar o goleiro, tirando Julio Cesar da titularidade e colocando um então não conhecido Cássio como guarda-redes da equipe. Num estilo de jogo sólido, de posse de bola defensiva e aproximação, o Corinthians foi eliminando adversário por adversário. Nas oitavas de final fez dois bons jogos contra o Emelec, e venceu a equipe equatoriana em casa no jogo da volta por 3X0 passando então para as quartas, encarando o forte Vasco da Gama, de Diego Souza, o qual entrou para a história daquele ano, pois foi Diego Souza quem perdeu um dos gols mais feitos da Libertadores. 

O atleta percorreu 50 metros sozinho, e de frente pra Cássio, perdeu uma chance incrível. Claro que o goleiro fez sua parte, desviando a bola com as pontas dos dedos, assim Cássio “fez seu nome” passando a ser conhecido pelo Brasil todo e também pelo continente todo, tendo em vista que o jogo era da Copa Libertadores. Minutos depois, Paulinho fez o gol da Vitória e o Corinthians venceu o Vasco de Fernando Prass e Juninho Pernambucano, passando então para a semifinal, para enfrentar o então atual campeão Santos, de Muricy Ramalho.

O time de Tite fez duas partidas praticamente perfeitas contra o forte Santos, e venceu na Vila Belmiro por 0X1 com um golaço de Emerson Sheik. A partir dali o atacante foi o jogador mais importante para a conquista do título. Neymar fez um gol no Pacaembu no jogo da volta, e Danilo empatou no segundo tempo e levou o Corinthians à sua primeira final de Copa Libertadores contra o Boca Juniors, da Argentina, e de Juan Román Riquelme.

A grande final Foram dois jogos disputados, e o Corinthians conseguiu o empate por 1X1 em La Bombonera, com a estrela de Romarinho brilhando, num toque sutil por cima do goleiro, balançando as redes e se consagrando como um dos jogadores fundamentais na grande final. No jogo da volta, foi a vez de Émerson Sheik brilhar, e marcar os dois gols da equipe corintiana. A conquista inédita da Libertadores pelo Corinthians em 2012, levou a equipe a disputar o Mundial Interclubes. 

Naquela competição, Paolo Guerrero foi o nome do time. O atacante marcou o gol da vitória na semifinal, e o Corinthians se preparava para encarar o Chelsea de Hazard na grande decisão. A equipe brasileira fez a partida de sua vida, e Cássio também. Fez várias defesas decisivas (assim como já tinha feito na Copa Libertadores), principalmente em chutes de Moses e Fernando Torres. O atacante Guerrero, depois de uma jogada de Paulinho e uma conclusão de Danilo, aproveitou a sobra e cabeceou para dar o título mais importante da história do Corinthians.

A partir dali, daquela equipe inesquecível, o time subiu de patamar, pois conquistar uma Libertadores após 100 anos e logo em sequência o Mundial, trouxe à equipe credibilidade para continuar no mesmo estilo de jogo e conquistar vários títulos em seguida com a mesma filosofia de Tite. O Corinthians de 2012 foi com certeza uma equipe inesquecível e isto reflete até os dias de hoje, com as passagens dos técnicos Mano Menezes, Fabio Carille e outros, que sempre levam a campo uma estratégia mais defensiva e de posse de bola, mostrando grande organização e entrega, desta forma o Corinthians está conseguindo se superar em todos os anos, pois até mesmo quando não conta com um elenco estrelado, ainda assim consegue jogar bem utilizando o seu padrão tático. 

Como já foi dito, tudo isto também começou com a humildade da diretoria em não demitir o técnico Tite, o qual hoje está na seleção brasileira. Isto pode servir de exemplo para outros clubes do futebol brasileiro, os quais poderiam começar a valorizar ainda mais os técnicos, dando maior tempo de trabalho para eles implementarem seu estilo de jogo.