River vira nos acréscimos, elimina o Grêmio e está na final da Copa Libertadores

O Grêmio esteve muito perto de carimbar uma vaga na final da Copa Libertadores pelo segundo ano consecutivo. Depois de vencer o jogo de ida, por 1 a 0, em Buenos Aires, o Tricolor Gaúcho ainda abriu o placar em Porto Alegre, com o lateral Leonardo no primeiro tempo. Jogando pelo empate, a equipe brasileira vencia até os 37 minutos do segundo tempo, quando o atacante Borré descontou em lance de bola parada. Já nos acréscimos, Bressan cometeu pênalti – confirmado após longa consulta do árbitro ao VAR – e Pitty Martínez cobrou com categoria para virar o jogo e confirmar a improvável classificação do River Plate, primeiro finalista da Copa Libertadores de 2018.

A eliminação foi dolorida e dois lances cruciais vão ecoar para sempre no pensamento do torcedor gremista. Primeiro, o gol perdido por Everton. Já no segundo tempo, quando o Tricolor ainda vencia por 1 a 0, o Cebolinha – que entrou na segunda etapa – recebeu lançamento longo e saiu cara a cara com o goleiro Armani, mas finalizou mal, em cima do arqueiro argentino, perdendo chance inacreditável de selar a classificação gremista. O outro, é o pênalti. Já nos acréscimos, Scocco tentou chute despretensioso e a bola bateu em cheio na mão de Bressan. O juiz nada tinha visto, mas auxiliado pelo árbitro do vídeo, foi rever o lance no VAR e confirmou a penalidade infantil do zagueiro gremista, que deixou o campo revoltado, chorando.

O Grêmio teve a classificação na mão. Mesmo sem fazer um bom jogo, o clube brasileiro vencia sem grandes sustos, até que em poucos minutos, dois lances mudaram a história do jogo. O primeiro gol nasceu de bola parada, com Borré dividindo com Jael para completar para o gol. Nos últimos minutos, o Grêmio até tentou fazer um abafa, chegou a mandar Marcelo Grohe para a área em um lance, mas não conseguiu o empate.

RIVER JOGA MELHOR, MAS GRÊMIO ABRE O PLACAR COM LEONARDO

O técnico Renato Gaúcho repetiu a conservadora escalação do jogo de ida, com uma única mudança: a entrada de Paulo Miranda na vaga do suspenso Kannemann. Jogando pelo empate, o Grêmio jogou mais recuado do que costuma, dando ao River Plate a bola para tentar construir o gol que tanto precisava. O time argentino jogava melhor, trocava bons passes mas tinha dificuldades para concluir a gol. A melhor chance do River veio em finalização de fora da área de Palacios, que passou tirando tinta da trave direita de Marcelo Grohe. Em um momento em que mal conseguia trocar passes no jogo, o Grêmio achou o gol na primeira chance que teve. Alisson bateu escanteio muito mal, mas a bola sobrou limpa para Leonardo, que acertou um chute certeiro, no cantinho de Armani. Foi o gol do alívio gremista e o tento obrigava o River a virar o jogo no segundo tempo para seguir vivo na Libertadores.

EVERTON PERDE CHANCE DE OURO DE SACRAMENTAR CLASSIFICAÇÃO GREMISTA

Suspenso, Marcelo Gallardo acompanhou o jogo das tribunas, mas isso não impediu que o treinador argentino mexesse no time. Logo no intervalo, lançou Pitty Martínez no jogo. Depois, foi a vez de Scocco entrar. Renato Gaúcho, por sua vez, também mexeu no time. Com cãibras, Maicon deu lugar a Everton, recém-recuperado de lesão. Principal jogador da equipe, foi de Cebolinha a chance de ouro para matar o jogo. Aos 20 minutos, recebeu lançamento longo, nas costas da zaga argentina e disparou livre cara a cara com Armani. Na hora da finalização, porém, chutou em cima do arqueiro argentino, perdendo grande chance de matar o jogo.

COM VAR EM AÇÃO, RIVER CONSEGUE VIRADA NO FINALZINHO

Mesmo assim, a classificação parecia apenas uma questão de tempo, já que o River não conseguia criar chances concretas. Até que, aos 37 do segundo tempo, após cobrança de falta para a área, Borré resvalou de cabeça e empatou o jogo, dando sobrevida aos argentinos. O River foi para o tudo ou nada e aos 43 minutos, um lance crucial mudou o destino da partida. Após giro e finalização de Scocco, a bola bateu na mão de Bressan e saiu para escanteio. O juiz nada tinha visto, até que foi alertado pelo árbitro de vídeo. Andrés Cunha então foi até o VAR para ver e rever o lance. O árbitro voltou convicto e assinalou o pênalti para o River Plate. Revoltado com a decisão do juiz, Bressan começou a chorar e quase o agrediu. Depois de sete minutos de paralisação por conta da confusão, Pitty Martinez tomou distância e deslocou Marcelo Grohe, para sacramentar a virada e classificação da equipe argentina, que está classificada para a final da Copa Libertadores.

Ao final da partida, os mais de 50 mil torcedores gremistas presentes no estádio estavam atônitos e ainda foram castigados com uma chuva, que começou a cair após o segundo gol argentino. Já os cerca de 4 mil torcedores que compareceram à Arena Gremista fizeram muita festa, sendo saudados pelos jogadores do River Plate após o apito final do árbitro.

ADVERSÁRIO NA FINALÍSSIMA SERÁ CONHECIDO NESTA QUARTA-FEIRA

Classificado de maneira dramática para a final da Copa Libertadores, o River Plate agora descansa e espera o jogo desta quarta-feira para conhecer o seu adversário na decisão. No Allianz Parque, às 21h45 desta quarta, o Palmeiras recebe o Boca Juniors. A missão palmeirense é difícil, mas não impossível. O Verdão precisa vencer por três gols de diferença em São Paulo para carimbar vaga na final da competição continental. Uma vitória por 2 a 0 levaria a decisão para os pênaltis.

Caso seja o Boca o vencedor, o River terá a vantagem de jogar o segundo jogo em casa, por ter feito melhor campanha na fase de grupos. Se o Palmeiras passar, porém, o Verdão fará a segunda partida da decisão em casa.