Ricardo Oliveira, exemplo de jogador

Hoje, no futebol moderno, tende-se a dizer que a vida de um atleta de futebol vai até 35 anos, mas há quem esqueça que existe a exceção da regra. Há vários jogadores que terminaram suas carreiras com 40 ou até mais e que provaram para os analistas que, sim, podem jogar em alto nível.

Temos exemplos como Zé Roberto que parou com 43 anos. Outros nomes como o holandês Seedorf, o italiano Maldini, Pirlo e etc. Mas também os que ainda estão atuando e jogando em alto nível. Ricardo José Dognella Lima de Oliveira entra nessa seleta lista de craques que jogam muita bola.

O camisa 9 do Atlético Mineiro, atualmente, com 38 anos, já fez nove gols em cinco jogos. Não parece sentir o peso da idade, porém, há vários motivos para o seu rendimento em campo. Tem alimentação regrada, disciplina nos treinos no seu centro de treinamento do Galo e tem em sua casa uma estrutura para treinar fora do clube para se fortalecer.

Em entrevista, disse que o maior investimento é o corpo. Também falou que o sono é o mais importante, sem noitadas, sem álcool. Devido ao seu ótimo começo de temporada em 2019, o técnico do Santos, Sampaoli, pediu sua contratação afirmando que ele é o melhor atacante do futebol brasileiro.

Jogador de altíssimo nível, por onde passou deixou sua marca mas também sendo um ótimo exemplo fora e dentro dos campos. Hoje em dia é muito difícil nessa nova geração vermos esses tipos de valores e amor ao futebol. Para os jovens, Ricardo Oliveira é sim uma pessoa e um jogador que tem valores muito altos e influencia as novas promessas do futebol brasileiro.

Início de carreira

Ricardo Oliveira iniciou sua trajetória nas categorias de base do Corinthians, em 1997, onde continuou até 1999, quando mudou de equipe indo para Portuguesa. Lá teve problemas com o clube paulista, tendo que entrar na justiça para poder ser liberado para o Santos. Na equipe da baixada santista que seu futebol apareceu para o planeta futebol. Ganhou notoriedade ajudando a esquadra, chegando a final da Copa Libertadores da América, mas saiu do clube para o Valencia, não jogando as duas partidas da final contra o Boca Júniors.

Foi vice-campeão brasileiro em 2003, fazendo 21 gols. Assim com este destaque foi para a Europa, começando pelo Valencia no mesmo ano time de ponta do campeonato espanhol, mas foi em 2004 vestindo outra camisa a do Real Betis onde outro jogador conhecido de todos brilhou pela equipe Denílson ex-São Paulo e seleção brasileira. Jogando juntos, Ricardo fez 26 gols em 43 partidas pela La Liga.

Retornando dos Emirados Árabes do Al Jazira ao futebol espanhol em 2009 novamente ao Betis, onde o time árabe pagou na época 14 milhões de euros pelo atacante junto à equipe verde e branca. Outra passagem foi pelo Real Zaragoza onde fez 31 gols pela esquadra.

O jogador ainda retornou ao Brasil, desta vez para jogar no São Paulo, assim atuando em alto nível retornou ao Brasil por empréstimo, chegando a final da Taça Libertadores da América. Mas o Betis não permitiu que jogasse a segunda partida do torneio ficando muito chateado pois poderia ter ajudado o tricolor. O Real Betis que detinha 100% dos seus direitos econômicos foi uma pedra no sapato do atacante. Novamente negociado foi para o gigante Milan.

Retorno à Europa

Com sua ótima temporada no tricolor paulista, chamou a atenção da melhor equipe do mundo daquela época, com uma legião de craques como o goleiro Dida, Cafú, Serginho, Kaká, Seedorf, Pirlo, Maldini, Inzaghi e o Técnico multicampeão Carlo Ancelotti. Sua estreia foi contra a Lazio pelo Campeonato Italiano entrando aos 17 minutos da segunda etapa marcando o gol da virada dando a vitória à esquadra de Milão.

Mas na maioria da temporada 2006/2007 ficou no banco. Por isso, fez só cinco gols, mas foi Campeão da Liga dos Campeões da Europa. O Real Madrid teve interesse em contratá-lo pois tinha negociado Ronaldo Fenômeno para substituí-lo e já estava contratado, porém, foi impedido pela FIFA que informou que não poderia atuar por três times na mesma temporada.

Regresso ao Brasil

Depois de rodar por várias equipes do mundo em 2010, por empréstimo, o jogador estava novamente vestindo a camisa tricolor do Morumbi. O clube tinha outra Libertadores da América pela frente e, como ele já tinha ido bem em outra passagem pela equipe, era um reforço de peso.

Mas a performance dele e do time não foram boas, mesmo marcando contra o Internacional de Porto Alegre, não evitou a eliminação do torneio. As lesões também atrapalharam a sua vida na temporada. Naquele ano marcou só oito gols.

Após cinco anos no futebol árabe e 12 anos longe do Santos, o atacante retornava à Baixada Santista. Os termos de seu contrato com o peixe era de produtividade até o final do Paulistão de 2015. O atacante teve sucesso e se tornou importante líder da equipe, conquistando o Campeonato Paulista - o mais difícil dos estaduais do Brasil.

Foi artilheiro com 11 gols, marcando na partida final e recebendo o prêmio de melhor jogador da competição, assim renovando seu contrato até 2017. Artilheiro do Campeonato Brasileiro com 20 gols, rendeu mais uma convocação para a Seleção Brasileira para disputar as Eliminatórias para a Copa do Mundo. Em 2016 veio o Bicampeonato Paulista e junto um presente a convocação para jogar a Copa América Centenário. Infelizmente foi cortado posteriormente por lesão.

Com contrato assinado, em 21 de dezembro de 2017, com o Galo, chega o seu maior desafio como atleta profissional com seus 38 anos de idade. Ostentando números importantes pela equipe mineira o centroavante é quem mais participou dos gols da equipe. Com 11 gols e seis assistências, o veterano teve influência direta no rendimento do time no Campeonato Brasileiro de 2018. Foi o segundo jogador que mais atuou pelo Brasileirão e acabou o ano com incrível marca de 22 gols na temporada. Esperamos que continue por mais anos jogando em alto nível.