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Notícias Esportivas
03 Julho 2018por Stefano De Luca
O Brasil está nas quartas de final da Copa do Mundo. Na manhã desta segunda-feira, em Samara, a seleção brasileira enfrentou o México, deslanchou no segundo tempo e venceu por 2 a 0, com gols de Neymar e Roberto Firmino. A vitória serviu também para manter uma escrita contra o México, que em cinco confrontos com a seleção canarinho em Copas, jamais marcou um gol. Classificado, o Brasil agora enfrenta a Bélgica, nas quartas de final do Mundial. O confronto está marcado para esta sexta-feira, às 15 horas, na Arena Kazan.
Para encarar o México, Tite deu mais um voto de confiança aos contestados Willian e Gabriel Jesus. O primeiro fez a sua melhor partida na Copa até aqui, enquanto o segundo continua abaixo do esperado, mas foi importante taticamente. Na lateral-esquerda, Filipe Luís substituiu o lesionado Marcelo.
Os primeiros 20 minutos foram preocupantes. O México teve o controle do jogo, com Vela e Lozano dando trabalho aos laterais brasileiros. Percebendo a necessidade de uma mudança, Tite mostrou que tem também variações táticas em seu arsenal. Adenor mudou o jeito do time jogar, passando do 4-1-4-1 para o 4-4-2, com Coutinho e Willian abertos na segunda linha de quatro, Casemiro e Paulinho mais próximos um do outro e Neymar e Jesus soltos no ataque. Deu certo. Com a nova formação, o Brasil cresceu no jogo e criou chances. A seleção poderia ter descido para o vestiário com uma vantagem no placar, não fosse a boa atuação de Ochoa.
Tite manteve o 4-4-2 no segundo tempo e a nova formação deu resultado logo aos cinco minutos. Mais centralizado, Neymar puxou a marcação e deu de calcanhar para Willian, que invadiu a área e bateu cruzado. O próprio Neymar chegou finalizando de carrinho para abrir o placar em Samara. O gol deu tranquilidade ao Brasil, que cresceu demais no jogo. Willian e Paulinho quase ampliaram, mas Ochoa fez milagres. No finalzinho, Firmino, que havia acabado de entrar, ainda aproveitou rebote de Ochoa após finalização de Neymar para matar o jogo.
Com a vitória, o Brasil confirmou vaga nas quartas de final da Copa do Mundo. Sendo assim, a seleção alcança pelo menos as quartas de final de um Mundial pela sétima vez consecutiva. A última vez que o Brasil foi eliminado antes das quartas foi em 1990, na Itália, quando caiu nas oitavas. Já o México segue vivendo a sina de cair nas oitavas. É o sétimo Mundial consecutivo que os mexicanos se despedem nas oitavas de final.
O adversário do Brasil nas quartas de final será a Bélgica, que precisou suar muito para vencer o Japão, de virada, por 3 a 2. O duelo acontece nesta sexta-feira, às 15 horas, na Arena Kazan. Para o embate com os belgas, o técnico Tite não poderá contar com o volante Casemiro, suspenso. Fernandinho deve ganhar chance entre os titulares. Quem passar, enfrentará na semifinal o vencedor de França x Uruguai.
Os números do Brasil até agora na Copa do Mundo chamam atenção. São quatro jogos, com três vitórias e um empate. Nestes quatro jogos, a seleção marcou sete vezes e tomou apenas um gol. O Brasil tem a melhor defesa da competição, ao lado do Uruguai. Os números na Copa são um reflexo dos números de Tite como treinador da seleção brasileira. Até aqui, em 25 partidas da “Era Tite”, o Brasil venceu 20 partidas, empatou quatro e perdeu apenas uma. São 54 gols marcados e apenas seis gols tomados.
O Brasil venceu o México por 2 a 0 com uma grande atuação de Neymar, mas uma grande parte do mérito do triunfo brasileiro é de seu treinador. Isso porque Tite soube admitir que sua equipe estava sendo presa fácil para o rival e resolveu mexer na formação tática. Depois dessa mudança, do 4-1-4-1 para o 4-4-2, a seleção cresceu demais no jogo e construiu a vitória com naturalidade.
"Foi um 4-4-2 com flutuação dos externos (Coutinho e Willian). Tiveram liberdade maior, com o cinturão de marcação mais adiantado, cortando a linha de passe e ampliando a área de atuação. O Gabriel Jesus fez a recomposição com o desgaste dos externos. A compreensão do jogo em termos táticos é essa. O México começou a trabalhar o lado direito e o Jesus deu essa sustentação, eu trouxe o Coutinho para articular por dentro, perto do Neymar", disse Tite, em entrevista coletiva pós-jogo.
Adenor falou ainda da solidez defensiva de sua equipe, que levou apenas um gol em quatro partidas disputadas até aqui na Copa, logo na estreia, diante da Suíça. De acordo com Tite, a marcação por setor é o grande diferencial da seleção brasileira.
"Cada seleção tem uma marca. Sempre tenho o cuidado para não comparar com uma outra. A gente marca por setor e não de maneira individual. Não saímos correndo para marcar. Cada um marca de forma agressiva no seu setor. Talvez por isso bloqueamos tantas finalizações e cruzamentos. Assim, encurtamos o espaço dos adversários. Não marca o homem, marca setor, marca a bola e depois o homem. É a forma que entendemos ser melhor. Outras seleções marcam o homem, é louvável também. Tem que apostar em uma estratégia e treinar e nós apostamos nessa", concluiu, com muita clareza, o comandante brasileiro.
Para o confronto diante da Bélgica, Tite será forçado a fazer mudanças na equipe. Para começar, Casemiro está suspenso e não poderá jogar. A tendência é que Fernandinho herde a vaga do camisa. Outra possibilidade é o retorno de Marcelo na lateral-esquerda, ocupando o lugar de Filipe Luís. Ainda existe a expectativa de grande parte da torcida de que Roberto Firmino ganhe uma chance entre os titulares, após mais uma partida sem gols de Gabriel Jesus, que até aqui está zerado na Copa do Mundo. O mais provável, porém, é que Tite permaneça com o camisa 9 no comando do ataque.
O Brasil classificou às quartas de final com um grande desempenho dos comandados por Tite. (Foto de capa)
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