Mercado de inverno traz novidades pela Europa

Como a temporada europeia começa em agosto e termina em junho, é natural que a janela de verão – no hemisfério norte – seja a mais movimentada do ano. As principais contratações dos principais times europeus normalmente acontecem entre julho e agosto de cada ano. Mas isso não quer dizer que a menos badalada janela de inverno, que acontece aos janeiros, não traz boas novidades aos clubes.

Na maior parte dos países europeus, a janela de inverno fica aberta do primeiro ao último dia de janeiro. Para facilitar transferências no meio da temporada, a UEFA anunciou uma revolução na Liga dos Campeões, permitindo pela primeira vez que atletas que defenderam uma equipe durante a fase de grupos da competição possam defender outra equipe na fase de mata-mata, que normalmente começa em fevereiro.

Ainda estamos na metade de janeiro, mas algumas transferências envolvendo clubes europeus já chamaram a atenção. A principal movimentação do mercado até agora foi do Chelsea. O clube inglês – que luta por uma vaga no G-4 da Premier League – anunciou de maneira oficial a contratação do jovem Christian Pulisic. Para contar com o jovem ponta, de apenas 20 anos de idade, os Blues desembolsaram a pequena fortuna de 64 milhões de euros para tirá-lo do Borussia Dortmund. O valor faz de Pulisic o jogador norte-americano mais caro da história do futebol. Ficou acordado entre os clubes, porém, que Pulisic permanecerá no Borussia até o final da temporada, se transferindo para o Chelsea apenas em julho.

A segunda contratação mais cara do mercado europeu até agora na janela inclui um brasileiro. Isso porque o Milan desembolsou cerca de 35 milhões de euros para tirar Lucas Paquetá do Flamengo. Aos 21 anos de idade, o meia canhoto foi um dos grandes destaques do rubro-negro durante a campanha que culminou com o vice-campeonato Brasileiro no ano passado. O acordo já havia sido feito há alguns meses e foi oficializado no início de janeiro.

Além de Lucas Paquetá, outro brasileiro que movimentou um bom dinheiro nesta janela de transferências foi o jovem lateral-esquerdo Ayrton Lucas. Aos 21 anos de idade, ele se destacou pelo Fluminense no ano passado e foi vendido ao Spartak Moscou, da Rússia, por 7 milhões de euros.

_{Lucas Paquetá}

Avaliado em 25 milhões de euros pelo site especializado Transfer Market, o meia espanhol Cesc Fabregas também mudou de clube. Aos 31 anos de idade e sem muito espaço no Chelsea, o ex-camisa 4 foi liberado de graça pelos Blues e se juntou ao Monaco, que luta contra o rebaixamento no Campeonato Francês. Outro que andava sem espaço na Inglaterra era o jovem Dominic Solanke, que tinha a ingrata missão de brigar por espaço com Roberto Firmino e Daniel Sturridge no Liverpool. A jovem promessa inglesa foi vendida ao Bournemouth, por cerca de 21 milhões de euros. Além de Solanke, o Bournemouth ainda fechou com o lateral-direito Nathaniel Clyne, que foi cedido por empréstimo, pelo mesmo Liverpool.

Depois de contratar o jovem Vinícius Junior e de fechar um acordo pela revelação santista Rodrygo, o Real Madrid continua atento no mercado em busca de jovens valores. A única movimentação da equipe madrilena no mercado até agora foi a contratação do meia espanhol Brahim Diaz. Aos 19 anos de idade e sem muito espaço no Manchester City, o espanhol foi comprado pelo Real em transação que girou na casa dos 17 milhões de euros. Também fazendo um mercado de inverno bastante discreto, o Barcelona anunciou a chegada do zagueiro colombiano Jeison Murillo, que chega por empréstimo.

_{Brahim Diaz}

Com muitas opções no ataque, o Barcelona decidiu liberar o atacante Munir El-Haddadi, que foi cedido ao Sevilla, por apenas 1 milhão de euros. O Sevilla anunciou também a chegada do zagueiro Maximilian Wober, que custou ao clube espanhol 10 milhões de euros. Pelo mesmo valor, o Bayern de Munique efetuou a compra da promessa canadense Alphonso Davies.

O mercado europeu segue aberto até o dia 31 de janeiro e até lá muita coisa ainda pode acontecer. Por enquanto, o maior rumor da janela de inverno é a iminente troca de atacantes entre Chelsea e Milan. Os Blues mandariam Morata para os italianos, que por sua vez, cederiam Higuain aos Blues.

CHINA E MÉXICO SURGEM COMO CONCORRENTES DO MERCADO EUROPEU

É claro que o sonho de todo jogador de futebol é jogar por um grande clube europeu, mas recentemente, a Europa vem perdendo um pouco de mercado para alguns mercados emergentes, como a China, os Emirados Árabes e até o México, que vem desembolsando fortunas para fechar com atletas sul-americanos.

Para se ter uma ideia, duas das quatro maiores transferências deste mercado de inverno envolveram atletas brasileiros indo para a China. Depois de uma curta passagem pelo Barcelona, o volante brasileiro Paulinho foi emprestado ao Guangzhou Evergrande. Neste mês, o clube chinês oficializou que comprou de volta Paulinho, pagando ao Barcelona o valor de 42 milhões de euros. O Evergrande, aliás, parece ter gostado de brasileiros, já que aproveitou também para desembolsar 19 milhões e fechar a contratação do jovem meio-campista Anderson Talisca.

O México também mostrou que não está de brincadeira. Três dos principais clubes mexicanos – Monterrey, Cruz Azul e Pachuca – desembolsaram fortunas para fechar com novos jogadores. O Monterrey pagou 14 milhões de euros ao Independiente para fechar com o talentoso meio-campista argentino Maximiliano Meza, que disputou a última Copa do Mundo pela seleção argentina.

_{Maximiliano Meza}

O Pachuca, por sua vez, pagou 10 milhões de euros para fechar a contratação da jovem promessa chilena Victor Dávila, que joga como centroavante. Já o Cruz Azul desembolsou os mesmos 10 milhões de euros e contratou Orbelín Pineda, meio-campista.