Comunicado oficial da Conmebol sobre a final da Libertadores

Mais novidades sobre a interminável final da Copa Libertadores de 2018. Após toda a confusão causada por vândalos em Buenos Aires, a entidade que comanda o futebol sul-americano se reuniu durante todo o dia de terça-feira e decidiu que a finalíssima de sua mais prestigiosa competição será realizada fora da Argentina, entre os dias 8 e 9 de dezembro. Em comunicado oficial, a Conmebol confirmou os fatos e garantiu ainda que arcará com todos os custos de viagem das duas delegações, que poderão levar até 40 pessoas cada.

A tendência é que a data, o horário e o local da partida seja confirmada nesta quinta-feira, após nova reunião na sede da entidade, de novo em Luque, no Paraguai. De acordo com informações preliminares, a cidade de Doha, no Catar, surge como a grande favorita para sediar o glamoroso evento. Correm por fora Miami, no sul dos Estados Unidos, Assunção, capital do Paraguai e até Medellín na Colômbia.

CONFIRA ABAIXO O COMUNICADO OFICIAL DA CONMEBOL:

Senhores presidentes,

Conforme os acontecimentos de violência ocorridos na cidade de Buenos Aires no dia 24 de novembro, os quais colocaram em risco a segurança dos jogadores, oficiais e torcedores, inclusive com atos delituosos que as autoridades da República Argentina investigam, resulta prudente que a partida final não se jogue no dito país.

O regulamento da Conmebol Libertadores 2018, em seu artigo 4, diz que "o regulamento foi elaborado pela Conmebol de forma a garantir os princípios de integridade, continuidade e estabilidade das competições, de fair play (jogo limpo) desportivo e financeiro, de imparcialidade, de verdade e segurança desportiva, procurando assegurar a imprevisibilidade dos resultados, a igualdade de oportunidades, o equilíbrio das disputas e a credibilidade de todos os envolvidos na competição. As competições organizadas pela Conmebol exigem a colaboração de todos os envolvidos de forma a prevenir comportamento antidesportivos, particularmente a violência”

Além disso, o artigo 35 estabelece "em caso de mediar alguma dificuldade ou impossibilidade para disputar uma partida na sede, datas e horários estipulados, ficará a juízo exclusivo da Conmebol adaptar as modificações que considere pertinentes. A Conmebol poderá a seu critério modificar datas, horários quando considere prudente ou necessário. Também poderá mudar a sede do encontro como alternativas de solução"

Por consequência, a Conmebol, em uso de suas faculdades, e a efeitos de garantir o devido término desportivo da Libertadores, determina que:

A partida de volta da Final da Libertadores será realizará nos dias 8 ou 9 de dezembro, em horário e sede a definir-se pela administração da Conmebol o mais breve possível. Obs: Sujeito à decisão do Tribunal Desportivo.

Conmebol assumirá todos os custos da viagem, hospedagem, alimentação e traslado interno, de até 40 pessoas por delegação.

A Conmebol estabelecerá aos coordenadores de segurança e autoridades correspondentes"

- Alejandro Domínguez- Presidente – Confederação Sul-Americana de Futebol

BOCA PEDE QUE FINAL NÃO ACONTEÇA E IRRITA O RIVER PLATE

Logo após o comunicado emitido pela Conmebol, o Boca Juniors agiu rápido e escreveu uma carta à entidade que comanda o futebol sul-americano, pedindo para que o jogo da volta seja cancelado. O Boca pede uma punição ao River Plate e que o Tribunal decida dar o título ao Boca, mesmo sem entrar em campo para o segundo jogo da final. Tal atitude foi reforçada pelo presidente do Boca Juniors, Daniel Angelici.

- Nós não vamos aceitar jogar uma nova partida. Vamos esgotar todas as vias administrativas, primeiro dentro da Conmebol e depois, se precisar, vamos até o TAS. – declarou o presidente Xeneize, logo após a reunião na sede da Conmebol.

Quem não agostou da atitude do mandachuva do Boca Juniors foi Rodolfo D’Onofrio, que detonou a atitude de Angelici, garantindo que o mandatório do arquirrival “faltou com palavra”.

- Eu não consigo acreditar que o Angelici não tenha tido respeito com a Conmebol, comigo e com o River Plate. Ele faltou com a sua palavra. Faltou com o que assinou. Entramos em acordo sobre adiar o jogo. Eu nunca pensei que o Boca fosse pedir os pontos no tribunal. Está claro para mim que o Boca Juniors não quer jogar. Que venham para o campo e joguem. Deviam acreditar que podem ganhar de nós, que não somos tão bons quanto eles. O River não tem nada a ver com o que aconteceu. Como pode não jogar a partida na Argentina? Nós não podemos jogar no próprio país. Se o presidente do Boca estiver me assistindo, só peço que venham e joguem. Mostre que você tem palavra. Basta de passar vergonha e de fazer papelão. Foi um erro de segurança, mas basta. Esse jogo precisa ser realizado na Argentina. Aqueles que participaram dos atos não podem nunca mais comparecer a um estádio de futebol. Tem que haver uma investigação profunda. – desabafou D’Onofrio, visivelmente contrariado com a decisão do presidente do arquirrival.

A tendência é que a Conmebol anuncie nesta quinta-feira que a final será realizada em Doha, no Catar, entre os dias 8 e 9 de maio. O país do Oriente Médio sediará a próxima Copa do Mundo e realizou uma oferta considerada irrecusável para a Conmebol para sediar a final da Libertadores. Depois de empatarem por 2 a 2 no jogo de ida, disputado na Bombonera, os dois rivais agora decidirão o título em um campo neutro. Como na final não há a regra do gol fora de casa, qualquer empate levara a decisão para a prorrogação e em caso de nova igualdade, o campeão será conhecido nas cobranças de pênalti.

Estádio Monumental de Núñez quase vazio na tarde de domingo após a confirmação da suspensão da partida. (Foto: EFE)