Chile estreia com goleada sobre o Japão e encosta no Uruguai

19 Junho 2019por Fernando Verchai

Com poucas mudanças desde a conquista do bicampeonato, os chilenos golearam e se igualaram à seleção uruguaia.

Com a manutenção de suas maiores peças, como Gary Medel, Arturo Vidal e Alexis Sánchez, a experiente equipe comandada por Reinaldo Rueda, desde 2018, não teve grandes problemas para vencer o Japão, praticamente sub-23, apesar de o resultado elástico dar uma impressão errada da partida.

Mesmo com apenas 18 anos de idade, Takefusa Kubo, que foi pivô da punição do Barcelona (que foi proibido de contratar jogadores de 2015 a 2016), era a principal peça para os ataques japoneses. E a seleção asiática iniciou a partida se defendendo bem e ameaçando a meta do Chile, que parecia nervoso com a responsabilidade na estreia.

No entanto, Arturo Vidal foi a peça fundamental dos chilenos, mais em razão dos diversos desarmes em jogadas adversárias, mas também por ajudar na criação ofensiva. Na frente, Alexis Sánchez era quem mais aparecia como opção, caindo mais pelo lado direito, mas também flutuando pelo meio de campo.

No entanto, a organização defensiva japonesa, unida à velocidade para puxar contra-ataques não permitia que os favoritos ficassem tranquilos nem por um minuto. A melhor oportunidade surgiu apenas quando faltava quase 10 minutos para o fim da etapa inicial, em corta luz de Vidal que sobrou para Sánchez finalizar da entrada da área: a bola rasteira passou perto da trave.

E o gol veio quando faltavam apenas cinco minutos para o intervalo, em cobrança de escanteio. O volante Erick Pulgar subiu mais que todo mundo no meio da área e cabeceou bem para o fundo da rede. O Japão tentou responder logo, mas Vidal era como um cão bravo à frente da linha defensiva, e praticamente anulou o jogo dos adversários.

Só que os japoneses tiveram chance de empatar, quando Ueda apareceu em boas condições nas costas da zaga: ao invés de arriscar de primeira, o atacante tentou carregar e driblar o goleiro, perdendo ângulo e chutando pra fora.

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Não houve grandes mudanças no segundo tempo. Os chilenos seguiam com vantagem, enquanto os japoneses apostavam na velocidade de seus jovens para abusar dos contra-ataques. Os favoritos contaram com a sorte para ampliar o resultado. O gol veio quando Vargas completou de primeira o passe de Isla na entrada da área, contando com desvio na defesa para balançar as redes.

O Chile não deixou de se expor mesmo com o placar favorável, e Ueda novamente teve a grande chance de marcar para o Japão, quando o cruzamento de Shibasaki passou por toda a defesa e encontrou o atacante sozinho na área, que não conseguiu fazer o contato que gostaria e desperdiçou outra oportunidade.

Foi então que a seleção comandada por Rueda se fechou atrás e os japoneses tomaram o controle do jogo. Kubo fez boa tabela pelo lado esquerdo, invadiu a área e deixou dois adversários para trás, mas o goleiro fechou o ângulo do jogador do Real Madrid, que chutou pra fora. Foi o meia de 18 anos que criou a jogada que só não terminou em gol porque Ueda novamente não conseguiu completar para o gol livre o cruzamento rasteiro que passou por toda a área.

Somente na reta final a rede voltou a ser balançada, novamente pelo lado chileno: Alexis Sánchez surgiu no meio da defesa adversária para completar de cabeça o cruzamento de Aránguiz e fazer o terceiro. Foi de Sánchez, também, o passe para o gol de contra-ataque, logo na sequência do jogo, deixando Vargas cara a cara com Osako, e o atacante do Tigres (MEX) tocou por cima do goleiro japonês e decretou a goleada por 4 a 0.

Apesar da derrota elástica, o Japão não tem nada para lamentar. O principal objetivo dos asiáticos, na verdade, não é fazer uma grande Copa América, mas preparar uma equipe competitiva para os Jogos Olímpicos de Tóquio (2020). Sem dúvidas a competição sul-americana é um grande treinamento à equipe japonesa, que mostrou qualidade para buscar o ouro olímpico ou, ao menos, alcançar uma medalha.

SELEÇÃO CHILENA E PRÓXIMOS JOGOS DA COPA AMÉRICA

La roja, atual bicampeã da competição, volta a campo nesta sexta-feira (21/06), contra a seleção equatoriana, que iniciou com uma derrota pelo mesmo placar de 4 a 0 enfrentando o Uruguai, e pode até ficar com a última colocação do grupo. O jogo que deve definir a liderança do grupo C, entre Chile e Uruguai, acontece na próxima segunda-feira (24/06), às 20h00. A partida não só pode definir a primeira colocação, como também qual das seleções chega como principal para ir à final e ameaçar um título brasileiro.

Na quarta-feira (19/06), a seleção colombiana volta a campo contra o Catar, às 18h30, e a Argentina entra para jogo decisivo contra a seleção paraguaia depois da derrota no primeiro jogo. A menos que nossos “hermanos” percam, não devem ter problemas para se classificar. Já a Colômbia, que venceu bem a Argentina de Messi na estreia, deve garantir a liderança do grupo no jogo com o Catar.

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_{Foto de capa: Erick Pulgar é abraçado ao abrir o placar para o Chile no Morumbi (Edilson Dantas)}