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Notícias Esportivas
03 Julho 2018por Stefano De Luca
Quase deu zebra em Rostov. E não teria sido apenas uma zebrinha não. Teria sido uma das maiores zebras desta Copa do Mundo. Considerada uma das favoritas ao título – ainda mais depois das eliminações de Alemanha, Espanha e Argentina – a Bélgica fez um péssimo primeiro tempo, viu o Japão abrir 2 a 0, mas teve muita raça para conseguir a virada, sacramentada no último lance do jogo, vencendo por 3 a 2. Sendo assim, a “ótima geração belga” confirmou o favoritismo e encara agora o Brasil, nas quartas de final do Mundial da Rússia.
Ao Japão, faltou maturidade para segurar o resultado. Depois de abrir 2 a 0, ao invés de se trancar na defesa, os japoneses continuaram a tentar jogar de igual para igual com a Bélgica e acabaram ficando expostos. O jogo aéreo acabou virando o trunfo belga. Os dois primeiros gols saíram de bolas alçadas na área. No último lance da partida, o Japão foi inocente e permitiu a virada. Mesmo com um time consideravelmente mais baixo, os japoneses foram em peso para a área apostando em uma cobrança de escanteio. Honda levantou a bola na área, Courtois segurou com facilidade e iniciou um fatal contra-ataque belga, que começou com Kevin de Bruyne, passou por Meunier, teve uma fundamental participação sem bola de Lukaku e terminou com Chadli tocando para o gol vazio. Um tremendo contra-ataque belga e também uma tremenda falta de experiência dos japoneses, que não souberam como reagir enquanto venciam o duelo.
O Japão havia construído a vantagem de 2 a 0 com duas belas finalizações. Primeiro foi Haraguchi quem recebeu passe açucarado e bateu cruzado, para vencer Courtois. Depois, Inui acertou uma bomba de fora da área, na bochecha da rede, sem chances para o gigante goleiro belga. A Bélgica passou a apostar no jogo aéreo e diminuiu com um gol acidental de Vertonghen, que acabou contando com uma colaboração e tanto do goleiro Kawashima. Pouco depois, Hazard levantou para Fellaini, que empatou o jogo. O contra-ataque no minuto final, foi o golpe fatal.
Passado o susto e a quase eliminação, os belgas agora viram o foco para o Brasil. Nesta sexta-feira, às 15 horas, na Arena Kazan, a Bélgica enfrenta a seleção brasileira em duelo que vale uma vaga nas semifinais da Copa do Mundo. Já os japoneses, incrédulos com a virada, choraram muito na saída de campo e viram escapar por entre os dedos a chance de fazer história, uma vez que o Japão jamais esteve nas quartas de final do mais prestigioso torneio de futebol do mundo.
Apesar da eliminação, os japoneses roubaram a cena com a sua educação. Isso porque o elenco japonês limpou o vestiário após a partida, o deixando irretocável e ainda deixaram um bilhete de agradecimento, escrito em russo.
Mais até do que um jogo que pode colocar a Bélgica de volta em uma semifinal de Copa do Mundo após 32 anos, o confronto diante do Brasil, pelas quartas de final da Copa da Rússia, é a realização de um “sonho de menino” do técnico Roberto Martínez, que se mostra muito ansioso para o jogo de sexta-feira contra a seleção pentacampeã mundial.
"Quando você joga contra o Brasil, precisa entender que é o melhor time da competição. Você simplesmente tem que aceitar isso. Quanto antes você entender o seu papel, mais rapidamente as coisas ficam claras. Eles têm a qualidade de jogadores como Neymar e Coutinho, que podem decidir o jogo em um segundo. Nós não somos favoritos. Acredito que ninguém vai esperar que vamos às semifinais. É o tipo de jogo que, quando você é um menino, sonha com isso. Sonha de jogar contra o Brasil nas quartas de final de uma Copa do Mundo. Vamos aproveitar este momento desde o primeiro segundo", disse o espanhol que comanda a seleção belga.
Martínez acredita também que a partida será muito diferente do que foi contra o Japão. A Bélgica flertou com a eliminação diante dos asiáticos e precisou ir resgatar a virada depois de sair perdendo por 2 a 0.
"Precisamos parabenizar o Japão. Não conseguimos penetrar a defesa deles. Eles conseguiram dois gols em duas ações isoladas, foram muito cirúrgicos. Foi um jogo muito difícil. Temos que aprender com o jogo de hoje. Jogamos o primeiro tempo com muita responsabilidade, quase com medo de não cumprir o favoritismo. Buscar a vitória depois de sair perdendo por 2 a 0 traz todo o aspecto psicológico. Não temos nada a perder agora. Podemos aproveitar esta oportunidade para ir para a próxima fase. Contra o Brasil, vamos aproveitar desde o primeiro minuto. Hoje criamos cerca de 20 oportunidades. Precisamos de um pouco de sorte também. Foi uma combinação de aspectos. Isso mostra a fome desse elenco. Hoje não é sobre tática e nem sobe erros. Hoje não é o dia para falar sobre sistemas. Podemos falar sobre performance. É sobre o desejo que esse time tem de enfrentar o Brasil", concluiu o treinador belga.
O confronto entre Brasil e Bélgica coloca frente a frente o melhor ataque da competição contra a melhor defesa. Em quatro partidas até aqui, os belgas anotaram 12 gols, uma média de três por partida. Já o Brasil, concedeu apenas um gol em quatro partidas. Brasil e Bélgica se enfrentam nesta sexta-feira, às 15 horas, na Arena Kazan. O vencedor deste duelo enfrenta nas semifinais o ganhador do duelo entre França e Uruguai, que se enfrentam também na sexta, mas às 11 horas, em Nizhny Novgorod.
Jogadores belgas comemoram a vitória frente ao Japão. (Foto de capa: AFP)
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